segunda-feira, outubro 31, 2005

Breves...

"A confiança nas nossas capacidades não é inata, constrói-se. Redescobrir sentimentos e emoções, numa viagem interior às nossas motivações mais profundas, talvez seja o caminho para as nossas opções de vida."

Cláudia Freitas

quarta-feira, outubro 26, 2005

Greve dos Juizes

"Juízes e magistrados estão a convocar a greve por um único motivo não querem ter um sistema na protecção na doença igual ao que tenho e igual ao que tem a generalidade dos funcionários públicos" disse José Socrates

Comentário:
É totalmente absurso este tipo de afirmações porque o que está claramente em causa é a tentativa, essa sim, absurda de intromissão do poder político no poder judicial. Está verdadeiramente em causa um ataque à sua independência, prevista e consagrada na constituição. Mas a situação é muito mais grave, pois os juízes como titulares do exercício do poder judicial deviam de ser tratados como titulares do orgão de soberania, os Tribunais, situação que não sucede. Não sei até que ponto o governo PS não está a tomar certas posições como retaliação a algumas posições dos juizes. Finalmente do que se trata aqui é tudo menos os direitos a determinado regime de segurança social ou férias, é outra a essência como se depreende pelo que atrás se referiu

Gripe das Aves

Monumentos internacionais

Orçamento Geral do Estado

Discurso...

Aqui se pública o discurso de Mário Soares:


Discurso

Manifesto Eleitoral

Portuguesas, Portugueses

Candidato-me a Presidente da República por considerar que Portugal atravessa uma crise complexa e prolongada e por ter a consciência de que posso - tenho o dever - de dar um sério contributo para ajudar a ultrapassá-la.
Ao contrário da minha intenção anunciada, há um ano, resolvi candidatar-me. Porquê? Porque as circunstâncias mudaram. Os desafios - numa União Europeia à deriva e sem rumo seguro - tornaram-se mais perigosos. Aproveitando o descontentamento, provocado por medidas impopulares, mas necessárias, está a surgir à Direita, batida nas urnas, um certo messianismo revanchista e vozes, com peso político, que reclamam abertamente a subversão do regime constitucional, utilizando para isso a eleição presidencial. Ora, os portugueses sabem que, coerente com o que sempre fui e sou, nunca voltei a cara às dificuldades ou aos desafios (e foram muitos!) que o País enfrentou, venceu e enfrenta hoje de novo.
Os portugueses devem encarar a crise que os afecta com coragem, determinação e patriotismo, para a vencer, mas também como uma oportunidade única de mudança e de modernização. Devo, contudo, sublinhar, desde já, que, apesar de vários sinais de mal-estar, que importa não ignorar, o regime, saído da Constituição de Abril, não está esgotado. Longe disso. Não pode, assim, permitir-se que seja subvertido, embora deva ser aperfeiçoado e aprofundado nas suas virtualidades. Sou partidário do sistema semi-presidencialista, que se tem revelado suficientemente sólido e flexível para responder às diferentes situações. Só com o fortalecimento das instituições democráticas que temos e o exercício de uma cidadania activa - poderemos ultrapassar os problemas actuais.
Os partidos - e a política - estão a ser sujeitos a uma crítica constante e, bastantes vezes, injusta. Ora os partidos são instituições essenciais à democracia, mas não têm o exclusivo da acção política. Estou convencido de que os partidos começaram a entender que é indispensável tornar mais transparentes as regras do seu funcionamento e abrir-se, em diálogo permanente, à sociedade civil. Defendo o multipartidarismo e o sistema de representação proporcional, que evitam a bipartidarização e impedem o regresso, mais de um século depois, ao rotativismo pantanoso que destruiu a Monarquia Constitucional.
É prioritário para Portugal ganhar a batalha do desenvolvimento, do rigor financeiro e da competitividade, nos planos ibérico, europeu e mundial. Para tanto, é preciso muito trabalho, sobretudo qualificado, boa orientação empresarial, inovação, conhecimento, auto-confiança e a mobilização das energias nacionais, num clima de estabilidade política e concertação social.
A economia de mercado não deve - nem pode - ser posta em causa, até porque o mercado é uma das condições da liberdade individual. Mas uma coisa é a economia de mercado, que aliás deve obedecer a regras éticas, outra a sociedade de mercado. O mercado entregue a si próprio gera desigualdades - Portugal é o Estado da União com maiores desigualdades - o que me dói muito como português. É ao Estado que compete corrigi-las, não se substituindo, obviamente, aos agentes económicos. Não pode, aliás, ignorar-se a responsabilidade social das empresas nem a dimensão cidadã dos trabalhadores. Por isso, o Estado, represtigiado, além de regulador, deve ter uma estratégia de desenvolvimento sustentável. O que significa uma preocupação social e ambiental constante. O Estado não deve delegar funções essenciais na defesa do bem público e na promoção da coesão social e nacional, essenciais a uma verdadeira modernização do País, feita sem convulsões e em estabilidade política.
A globalização - que é um fenómeno inelutável do nosso tempo - não reveste tão só aspectos de natureza económica. A revolução informática e as novas tecnologias da comunicação, por exemplo, têm dado um imenso estímulo a novas formas de cidadania global, que são importantes e a que se deve estar atento.A globalização não pode confundir-se com o neo-liberalismo, que na sua forma extrema, parece agora aproximar-se do esgotamento. A globalização económica não implica também o desaparecimento do chamado modelo social europeu, de que aliás há diferentes exemplos na União Europeia. Entre os dez países mais competitivos e desenvolvidos do Mundo, cinco são os países nórdicos, com modelos sociais extremamente eficientes.É óbvio que os modelos sociais europeus, que fazem parte da identidade europeia, têm que - sem trair o seu espírito essencial - dar resposta às novas situações em que vivem as populações dos países desenvolvidos e, em especial, ao aumento da expectativa de vida - ou seja, da longevidade - e das consequências daí resultantes no plano das pensões de reforma e dos cuidados de saúde. Sou a favor das mudanças racionais que a experiência torne necessárias. Não sou, nem nunca fui, situacionista. E também compreendo, com todo o realismo, que o modelo social português não pode abstrair do grau de desenvolvimento do país.
O primeiro dever do Presidente da República consiste "em cumprir e fazer cumprir a Constituição". Esse é o seu juramento inicial, a que tem o dever estrito de fidelidade. Ora, nos termos da Constituição, o Presidente não tem poderes executivos. Quem define e executa as políticas - e as reformas - é o Governo, de acordo com o seu programa, sufragado pelo voto popular.O Presidente da República, como escrevi inúmeras vezes, é um moderador e um árbitro, que deve acompanhar, solidariamente, a acção dos outros órgãos de soberania, mas é também um mobilizador para estimular e congregar as vontades e energias nacionais, impulsionando o País para o progresso. É, ainda, por assim dizer, o "ouvidor" dos portugueses, assegurando a voz das minorias, dos mais fracos, dos desprotegidos e dos excluídos. Penso, nomeadamente, em muitos imigrantes que trabalham e vivem em Portugal e que temos o dever de tratar como cidadãos iguais a nós.
Sempre fui movido, na acção política, por fortes desígnios nacionais: a luta pela liberdade, no tempo da ditadura; a paz, o fim das guerras coloniais, abrindo assim caminho a relações fraternas com todos os países de fala portuguesa, que hoje estão consolidadas e são promissoras; a consolidação de uma democracia pluralista e pluripartidária; a modernização e dinamização da economia e da sociedade; a estabilização das finanças, duas vezes, nos governos a que presidi, com o País em risco de ruptura; a integração na CEE, hoje União Europeia; o prestígio de Portugal no Mundo.
Os tempos mudaram. Acompanhei, nos últimos dez anos, as grandes transformações do mundo com uma atenção e participação permanentes. Hoje tenho, naturalmente, novos desígnios nacionais, que, uma vez eleito, procurarei fazer avançar, através do que chamei a "magistratura de influência", um dos maiores poderes do Presidente da República, se o souber usar com flexibilidade, inteligência, coragem e prudência. Tenho essa experiência. Esses desígnios são:- Unir e mobilizar os portugueses na luta pelo desenvolvimento sustentável e pela modernização de Portugal. O que exige uma política de consolidação financeira e de profundas reformas estruturais;- Incentivar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, que embora reconhecida constitucionalmente, está longe de ser efectiva; a defesa pela inclusão social; e o reconhecimento do direito à diferença em matéria de opções sexuais;- Apoiar todas as iniciativas que visem tornar a economia portuguesa mais dinâmica, facilitar a criação de empresas - e a sua competitividade - bem como a criação de emprego, elementos essenciais à prosperidade do país e à justiça das relações sociais;- Estimular a cooperação entre o poder central, as autonomias regionais e o poder local, na aplicação de políticas de desenvolvimento, rigor financeiro, ordenamento do território e respeito pelo ambiente;- Impulsionar as políticas que visem a melhoria da Educação, a todos os níveis, a diminuição drástica do abandono escolar e a formação e qualificação permanentes dos portugueses, de todas as idades;- Incrementar a investigação científica, a ligação entre as Universidades e as Empresas, a inovação e a criatividade; - Incentivar as políticas de promoção da imagem de Portugal no Mundo e a defesa da língua e da cultura portuguesas, a maior das nossas riquezas.- Valorizar as comunidades portuguesas radicadas no estrangeiro, que tanto têm feito pelo bom-nome de Portugal;- Tudo fazer para que os cidadãos confiem nas instituições que aplicam a Justiça, sendo certo que este objectivo fundamental pressupõe reformas que melhorem a qualidade e a eficácia do aparelho judiciário, pilar essencial do Estado de Direito;- Dar força e transparência ao combate a todos os tipos de criminalidade e, especialmente, à criminalidade económica e financeira, à corrupção, à fraude fiscal e à fuga aos impostos;- Apoiar todas as formas de luta contra a criminalidade internacional. Em especial, contra o terrorismo, no respeito pelos Direitos Humanos e pelo Direito Internacional. O que, aliás, deve ser um dos traços identitários da imagem de Portugal no Mundo;- Conferir aos temas europeus um lugar preponderante - e maior visibilidade - no debate das grandes questões nacionais e tornar mais activa a participação de Portugal na superação das dificuldades que o projecto europeu enfrenta; - Contribuir para que o mérito, a iniciativa, o esforço, o trabalho e a capacidade realizadora sejam valores mais presentes e melhor reconhecidos na nossa sociedade, incitando a Comunicação Social a mostrar a face mais positiva - e as vozes de excelência - da realidade portuguesa;- Ajudar a que as gerações jovens tenham melhores condições de realização pessoal, profissional e cívica. Preocupa-me muito o desemprego, em especial o desemprego jovem. Ora é preciso tirar partido do impulso natural e espírito de iniciativa da juventude para garantir a mudança no sentido da modernização da nossa sociedade, da nossa economia e dos nossos métodos de trabalho;- Estimular, em todos os sectores da vida nacional, uma cultura de qualidade, exigência, responsabilidade e avaliação;- Prestigiar e apoiar as Forças Armadas, dotando-as dos meios adequados para a defesa da República e dos compromissos internacionais de Portugal em favor da paz.
Estes desígnios, se bem explicados, serão partilhados pelo Povo Português e permitir-lhe-ão uma melhor avaliação dos sacrifícios exigidos para enfrentar e vencer a crise. Com a condição óbvia de os sacrifícios serem equitativamente repartidos.
Os portugueses reconhecem que tenho autoridade, coragem e poder de persuasão para exercer, uma vez eleito, a pedagogia mobilizadora necessária para tanto. Candidato-me para unir e não para dividir. Candidato-me na defesa de ideias e para tornar conhecidos os caminhos do progresso, com realismo. Candidato-me para ajudar a fazer o que é preciso ser feito para o bem dos portugueses e de Portugal. Os portugueses recordar-se-ão que, no primeiro mandato presidencial, fui eleito à tangente, com Portugal dividido quase ao meio. No entanto, no segundo mandato, fui eleito por uma enorme maioria de portugueses (mais de 70%). Se voltar a ser eleito, como espero, serei um factor de estabilidade, de concórdia nacional e de segurança. Tenho condições únicas para evitar a crispação política e a grande conflitualidade social. Todos os portugueses sabem que, comigo em Belém, podem dormir tranquilos, passe a expressão, quanto às suas liberdades, direitos, garantias e haveres.
O Presidente da República tem funções importantes no domínio da representação externa do Estado e como Comandante Supremo das Forças Armadas. Por isso, é importantíssimo que tenha uma visão alargada, actual e clara do papel de Portugal na União Europeia, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, na Comunidade Ibero-Americana, nas relações euro-atlânticas e euro-mediterrâneas, na Nato e na ONU.
Tenho uma experiência acumulada e um conhecimento actualizado de todas estas temáticas tão decisivas para a prosperidade e segurança de Portugal e dos portugueses, em concreto.
É preciso reconquistar o orgulho de ser português!
É preciso devolver Portugal aos portugueses, para que todos possam participar na construção de um Portugal moderno, desenvolvido, justo, mais igualitário e mais confiante no seu próprio futuro.
Apelo às portuguesas e aos portugueses, de todas as condições sociais e idades, onde quer que se encontrem - e que partilham estas ideias e ideais - para que os possamos concretizar, mobilizando-se e empenhando-se nesta campanha por Portugal!
Vamos conseguir!

Hotel Ritz, 25 de Outubro de 2005


Nota: Ao longo do discurso do meu ponto de vista faltou convicção no que dizia, mas mais grave que isso foram a meia duzia de erros na leitura que teve e depois a manifestação de capacidade de entendimento ou esquecimento das perguntas que lhe estavam a ser formuladas.

terça-feira, outubro 25, 2005

Humor I

sexta-feira, outubro 21, 2005

Paisagens Montanhosas

Paisagens Montanhosas

quinta-feira, outubro 20, 2005

Presidenciais III



Não quero deixar mais comentários, mas asseguro convictamente que depois desta eleição nada será como antes. Entendo que com esta eleição o mito Soares cairá de uma vez por todas, que o Partido Socialista sairá dividido (espera-se que não definitivamente) e derrotado.

Só depois desta eleição julgo ser possivel começar de uma vez por todas a discutir o nosso regime, o nosso sistema politico, e como já tive oportunidade de defender, este será o marco de um fim de ciclo, e a não ser assim, caros amigos teremos não só uma crise economico - financeira, mas também de regime.

Deixo outros comentários para a longa campanha que se adivinha

Termino, apenas dizendo que é minha convicção que o único candidato de esquerda que tem possibilidade de unir toda a esquerda numa suposta segunda volta é sem dúvida alguma Manuel Alegre, quer goste ou não o aparelho Socialista

quinta-feira, outubro 13, 2005

Artes...

"abrir as memórias pictóricas como se abrem os portões de um jardim secreto..."

"opens those pictorial memories as one opens the gates of the secret garden..."

Narciso Conillo Martins

quarta-feira, outubro 12, 2005

Autarquicas III

"Ganhar uma eleição é ter mais votos, mas não é forçosamente, só por isso, passar a ter, em tudo, toda a razão."

Joaquim Fidalgo

Autarquicas II

Autarquicas I

sexta-feira, outubro 07, 2005

Eleições autarquicas e autarcas ... Uma visão da questão

"Eu tento mas nunca consigo levar muito a sério as eleições autárquicas. Não porque sejam eleições menores, protagonizadas por personagens menores. Não porque as campanhas sejam mais burlescas que outras (como se viu em Lisboa). E não porque o sentimento regionalista suba aqui à superfície, com todo o seu ressentimento incendiário e mesquinho.Os autarcas podem fazer jardins, em vez de rotundas; podem recuperar o património, em vez de licenciamentos à bruta. Sucede que algumas décadas de poder local não nos permitem ser optimistas ou entusiastas sobre a experiência. Para um vasto número de municípios deste país a única solução era mesmo começar de novo, regressar a um passado de inocência, imputar responsabilidades, antecipar erros. Eu, por exemplo, não cresci no centro de Lisboa mas num dos corredores periféricos da cidade. Assisti directamente ao crescimento da desorganização, do caos, do crime urbanístico e ambiental escancarado. Nos anos 70, as pessoas que se instalavam nos subúrbios de Lisboa vinham de um país rural. Eram ordeiras e pacatas. Tinham a ambição de fugir ao fatalismo social do salazarismo. Não esperavam muito mais. Infelizmente, os autarcas que elas elegeram foram contribuindo para tornar os subúrbios em zonas inabitáveis. E nunca ninguém os responsabilizou por isso. O crime compensa.O localismo e a subsidiariedade são princípios estimáveis, mas, desgraçadamente, nunca resultaram como deviam em Portugal. Diz-se que os problemas políticos se resolvem melhor se o poder estiver perto deles. Mas não se diz que a aproximação do poder às populações produz corrupção e caciquismo. Não se diz que o poder se torna perigoso e funesto nas mãos erradas. Small is beautiful é uma figura de estilo generosa. Mas é também uma questão de acaso e de fé."

por: Pedro Lomba

Ai o Verão de Outubro...

"Maria José Nogueira Pinto ou Rubens de Carvalho são a antítese de Ferreira Torres ou Felgueiras. Respeitam a dignidade dos eleitores, não cultivam clientelismo ou cumplicidades promíscuas, não fazem contrabando de promessas para caçar votos."

por: Vicente Jorge Silva

segunda-feira, outubro 03, 2005

Greves e afins...

Aqui se pública algo que considero demasiado belo, e pelo qual me sinto compelido a colocar no meu blogue. Desconheço o autor e agradeço ao blogue onde o capturei http://facilafinal.blogspot.com/

Mulher
Mulher, se queres ser feliz, ama
Porém se não és correspondida
Bem no fundo do coração
Guarda a tua paixão escondida
Se o homem que tu amas te despreza
Aprende a desprezá-lo também
Mesmo que em teu pobre coração
Continues a ama-lo
Procura rir e cantar
Mesmo tendo vontade de chorar
E mesmo que tu chores
Não o deixes sequer suspeitar
Pois embora amando-o
Deves sempre lembrar
Que és MULHER